quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

INTRODUÇÃO – ARTES DIVINATÓRIAS E MAGIA - BRUXARIA E FEITIÇARIA - ENVENENAMENTO POR FEITIÇOS



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Este blogue não é propriamente idêntico na sua forma como os que até ao momento editei. 
Dada a importância das matérias versadas para um público não específico, farei os possíveis para que seja claro e sintético. É certo de que sempre se correrá o risco de pecar por insuficiência, mas antes assim, do que plasmar nestas páginas um arrazoado extenso e imperceptível ao comum dos mortais.
Por outro lado, consciente de que a maior parte dos leitores comungam dos ideais da Igreja Católica, optei por deixar expressa a opinião da sua Teologia Dogmática e da Tradição quanto às matérias versadas, o que pode originar alguma confusão quanto ao conteúdo global e adesão pessoal à sua doutrina.

Como já escrevi, julgo que o Cristianismo nasceu de um erro, ainda que desculpável,

mas tal facto não afastou de mim, das minhas mais profundas raízes, um jesuísmo expresso nos Evangelhos e Actos. Com isto, não se diga, que estarei a dar o meu assentimento à doutrina da Igreja, nomeadamente quanto ao pecado original, à divindade de Jesus, à existência de anjos decaídos ou à existência do inferno. 
Declarar a doutrina da Igreja, apenas tem em vista informar os muitos fiéis que associam os seus credos a práticas incompatíveis com os seus pilares fundamentais, caindo em pecado mortal, problema que é apenas deles e não meu.

O primeiro mandamento, “Não terás outros deuses além de Mim”, proíbe que outros deuses sejam honrados, bem como a superstição e a irreligião. A superstição que se constitui como uma espécie de excesso perverso da religião (Cat 2110). 
A título exemplificativo, diga-se que a Astrologia foi coibida como uma qualquer outra superstição, quer pela Igreja Católica quer pelo racionalismo científico, regressando em plena força no século XX.
A que se terá devido tal ressurgimento, não só da Astrologia como de muitas outras superstições, ressurgência que contrariou a doutrina Judaica e da Igreja Católica? No nosso entender a uma patente anemia da fé e a uma anorexia da razão. A falta de fé e a ignorância conduzem fatalmente o homem pela vereda do obscurantismo.

“Quando tiverdes entrado na terra que o Senhor, teu Deus, está para te dar, não te acostumarás a imitar os abomináveis costumes desses povos. Não se achará em ti quem faça passar seu filho ou sua filha pelo fogo, nem quem pratique a adivinhação, o sortilégio, o agouro, a magia, nem encantador, nem quem consulte espíritos ou adivinhos, nem evocador de mortos. Porque todo o homem que fizer tais coisas constitui uma abominação para o Senhor, e justamente por causa desses abomináveis costumes o Senhor, teu Deus, está para os desalojar diante de ti” (Deut 18, 10-12). E “o homem ou mulher que se entregar à evocação dos espíritos ou adivinhações, será condenado à morte; serão apedrejados. O seu sangue cairá sobre eles” (Lev 20, 27) – ambos os textos do Antigo Testamento.

Tentarei convencer-vos da aberração das artes divinatórias, e que a maior parte dos rituais praticados por “bruxas”, curandeiros, magos, bentos e bentas, médiuns e outros que tais, são inócuos desde que não exista “envenenamento”. E que este “envenenamento” se está a transformar num mal endémico, a exigir uma intervenção urgente do Estado.

Se o mau-olhado ou o mal de inveja nos atingisse, então, todos nós estaríamos seriamente doentes ou mortos. Se os rituais de morte tivessem eficácia, teriam sido necessários tantos milhões de dólares e homens no terreno para que os EUA capturassem e assassinassem Bin Laden? E Bush onde estaria neste momento? E tantos outros indesejáveis, como terroristas procurados por actos hediondos?
Deixemos esta análise para momento posterior, tendo sempre em vista que o problema fulcral desta temática se irá concentrar nos “envenenamentos”, consequência directa da magia negra.

São muitos mais os que procuram a “bruxa” para fazer mal aos outros, do que podemos pensar.

Muitos movimentos espiritualistas e seitas religiosas têm vindo a anunciar um novo século de prosperidade e crescimento espiritual. Podemos mencionar a New Age que terá o seu início quando o Sol na Primavera deixando de se encontrar na constelação dos Peixes, símbolo do cristianismo, entrar na do Aquário. A Nova Era apresenta-se-nos como uma nova religião, um sincretismo esotérico, na esperança de um mundo novo, jorrando espiritualidade e repleto de harmonia e luz.
No entanto, os factos e as previsões racionais ou intuitivas desmentem-no.

Um anjo clamou com voz poderosa:
“Caiu, caiu Babilónia, a Grande! Tornou-se moradia de demónios, abrigo de todo o tipo de espíritos impuros” (Ap 18, 2).

O Homem é hoje um ser fragmentado, ignorante, supersticioso, sem autoconhecimento, que busca fórmulas fáceis e caminhos tenebrosos para aceder ao conhecimento dos mistérios da vida e da morte, na espúria tentativa de dominar o futuro, atingindo a felicidade de modo instantâneo, como num passe de mágica.
Mas o caminho da mística é sinuoso e dificultoso, não se compadecendo com intenções de facilitismo e frases feitas nos livros da moda e nas palestras de gurus libertadores. Veja-se

Desde sempre, que o povo foi supersticioso e ignorante. Mas não é apenas o povo que é visado nestes escritos. Outros, que dele se demarcam, recorrem com assiduidade à ”bruxa”, aos videntes, aos adivinhadores e curandeiros, ajoelhando-se aos pés de práticas muitas vezes nefastas e quase sempre contraditórias. Olvidemos por agora, os impressionantes lucros adquiridos por via destas práticas, e a forma como o são, em regra, de modo imoral e ilegal. 

No que toca às artes divinatórias, podereis consultar Artes Divinatórias, Prática e Crítica em

Estas artes nasceram com o homem, com os seus medos e anseios. Com elas nasceram também a bruxaria, a feitiçaria e a magia.
Como já escrevemos, em tudo está presente o medo. A nossa existência é enformada por múltiplos medos. Medo das doenças, da dor, da pobreza, de perder os entes queridos, de não ter prestígio, de não encontrar um sentido para a vida, medo de estar só, medo das multidões, de exames, de entrevistas, de não agradar, da guerra, de ter um acidente, de morrer e o medo do próprio medo.
Temos medo de perder o que temos e deixar de ser quem somos. Em bom rigor, não tememos o desconhecido, mas a perda do conhecido. Os nossos medos reconduzem-se ao medo final da morte. 
Ora, a aprendizagem acerca do medo é obtida através da auto-observação. Em regra, descobrir a causalidade não nos livra dele. Sabemos que reagimos de uma determinada forma a um certo objecto ou situação, mas a revelação do incidente traumático não resolve o problema; pode minimizá-lo por intermédio da racionalização, mas não o extingue. Só a sua observação sem recurso ao pensamento o pode fazer cessar. Temos de o escutar em todas as suas peculiaridades sem o comparar ou interpretar, alheios ao fenómeno do tempo, porquanto desabrocha no espaço que medeia entre o viver e o morrer e só tem existência nessa continuidade que é pensamento. Onde não há pensamento, não há padecimento, não há medo, não há morte, antes um viver ágil e intenso que não tem móbil ou justificação.


Para a Igreja Católica, sendo Jesus Caminho, Verdade e Vida, não há que ter medo dos homens. Devemos tão-somente temer Deus e nada mais, sendo condenável como veremos infra no seu Catecismo, o recurso aos “bruxos”, feiticeiros, videntes, astrólogos, espíritas, curandeiros, magos e seitas, em suma, ao ocultismo.
No entanto, assistimos a um crescendo de medos e mitos, mundo subterrâneo onde “bruxos” e videntes, curandeiros e magos, se movem com uma destreza perturbadora, aproveitando-se da fragilidade humana, perante os pavores e infortúnios do presente e do porvir.

Os homens dizem-se católicos para se comportarem como idólatras, e nos momentos de aflição recorrerem a tudo o que têm à sua disposição, como se os fins possam justificar todos os meios. Mas ninguém consegue viver em paz com Deus e o diabo, agradando a ambos. Nesta perspectiva, os cristãos ou escolhem a protecção de Deus e de Seu Filho Jesus, consubstancial ao Pai, ou as práticas supersticiosas.
Não é raro, neste país, bem pelo contrário, que católicos confessos comecem nas tribulações por recorrer ao médico de família, para logo partirem para a “bruxa”, para o curandeiro, vidente ou mago, esquecendo o médico especialista, o psicólogo, o padre, e o seu próprio Deus. 
Quando doentes, bastas vezes consultam a curandeira, mais por culpa dos médicos actuais do que por culpa sua. O médico não os ouve, não presta a atenção devida às suas queixas e desvaloriza-as; tempo é dinheiro. Para a curandeira ou benta, também. Mas conhecendo a fraqueza de comunicação dos clínicos e as necessidades do paciente, suplanta-os ouvindo atenciosamente os males que lhe vão sendo narrados e sabe sempre encontrar uma resposta adequada ao carácter e personalidade do cliente. Nesta concorrência, cada vez ouvimos mais que há doenças que são do médico e outras que o não são, sendo as últimas que vemos aumentar em progressão quase geométrica.   

As seitas ocidentais inspiram-se fundamentalmente no cristianismo, julgando nós, que as não podemos qualificar de verdadeiras religiões, antes subprodutos das mesmas. O ateísmo não é a atitude corrente do século, mas um panteísmo desordenado, nebuloso e alicerçado em fenómenos inspirados pela superstição e pelas muitas religiões orientais. Transformam-se em instituições de perigo, quando os seus fins se dirigem ainda que por meios ocultos, para a obtenção de lucros por intermédio de práticas ilegais.

***

Uma nota breve antes de passarmos ao verdadeiro objecto deste trabalho. Referimo-nos bastas vezes à bruxaria, ao bruxo e à bruxa – a maioria das vezes no feminino, tal como o povo o faz e não porque sejam só as mulheres que praticam a feitiçaria, magia e curandeirismo, não obstante sejam maioritárias nestas actividades –, mas num contexto popular e não no dos Wiccans, membros de uma espécie de religião não organizada, estruturada em síntese num único mandamento: Desde que não prejudiques ninguém (nem a ti mesmo), faz o que a tua consciência e vontade te ditar.
A magia popular e a Wicca formam no seu conjunto a bruxaria. A Wicca adora um Deus e uma Deusa, podendo ser praticada em grupo, normalmente restrito, ou individualmente. 
Os verdadeiros Wiccans não praticam nunca a magia negra, nem prosseguem com a sua religião fins lucrativos, como se depreende inequivocamente do seu mandamento supra expresso.
Cunníngham, considerando a perseguição de que são alvo os magos populares e os wiccans, diz-nos que “não querem ser temidos nem convertidos; só querem que os deixem em paz”.
Face aos elementos de que dispomos, teremos de satisfazer e respeitar tal pedido.


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Os “bruxos”, nesta acepção, não são visados pelo que aqui expendemos. 
Eles não podem ser responsabilizados pelos males causados por “bruxos” sem escrúpulos, aos seus irmãos supersticiosos, fragilizados, crédulos, ignorantes ou até malévolos - quando se servem da benta, curandeira ou maga para atingir outrem na sua integridade física ou espiritual -, normalmente aproveitando-se de débil vontade e elevado sofrimento, para obter de forma ilícita, e usando em muitos casos de métodos delituosos, proveitosos rendimentos. 
Estes curandeiros do bem e do mal fazem todos os tipos de “trabalhos”, muitas vezes com recursos a truques mais ou menos sofisticados: tiram o mau-olhado, o mal de inveja, tiram e lançam feitiços, amarrações, encostos, enguiços, quebranto, morada aberta, comunicam com os mortos, fazem exorcismos e anulam infestações e outros males maléficos. Trabalhos que, segundo a conveniência e a bolsa do cliente, podem ser feitos à distância ou presencialmente.

Quanto aos exorcismos veja-se     


É interessante realçar, que as “bruxas” no nosso país, não gostam de ser assim chamadas, preferindo “mulher de virtude”, “vidente”, “médium”. Nalguns locais o povo denomina-as de “benta”.

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Nos próximos artigos iremos abordar a adivinhação e a magia, tendo sempre em vista, o problema principal que nos move, ou seja, o "envenenamento" derivado de feitiço realizado por intermédio de dissimulação na comida ou bebida.



JOSÉ MARIA ALVES

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O CRISTIANISMO – SEITAS - ARTE DIVINATÓRIA E MAGIA



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Quer o Judaísmo quer o Cristianismo opõem-se veementemente a tudo o que se possa constituir como adivinhação e prática mágica – vidé, Deut 18, 10-12 e Act 19, 13-19. Também se escreve no Antigo Testamento que “não praticareis adivinhações ou sortilégios (…). Não recorrereis aos feiticeiros nem consultareis adivinhos, contaminando-vos com o seu contacto. Eu sou o Senhor, vosso Deus (Lev. 19, 26). Também “se alguém se voltar para os espíritos dos mortos e adivinhos, entregando-se a essas práticas, voltarei o meu rosto contra ele e suprimi-lo-ei do meio do seu povo (Lev 20, 6).

O primeiro mandamento proíbe honrar outros deuses para além do Senhor: “Não terás outros deuses além de Mim”. Proíbe a superstição, como desvio do sentimento religioso e das práticas que ele impõe, e a irreligião (Cat 2110). Condena o politeísmo (Cat 2112) e a divinização de tudo o que não é Deus, até do próprio dinheiro (Cat 2113): “não podereis servir a Deus e ao dinheiro” (Mt 6, 24).

Quanto à adivinhação e à magia, a Igreja na interpretação do conteúdo substancial do Primeiro Mandamento, diz-nos que devem ser liminarmente rejeitadas. É dever do cristão rejeitar a consulta de horóscopos, recorrer à astrologia, à quiromancia, à interpretação dos presságios das sortes, aos fenómenos de vidência e aos médiuns. Na adivinhação existe uma “vontade oculta” de dominar o tempo, em conluio com poderes denominados ocultos. Apenas Deus pode revelar o futuro, podendo fazê-lo por intermédio dos seus profetas e outros santos (Cat 2115-2116). 

“Todas as práticas de magia ou de feitiçaria, pelas quais se pretende dominar os poderes ocultos para os pôr ao seu serviço e obter um poder sobrenatural sobre o próximo – ainda que seja para lhe obter a saúde – são gravemente contrárias à virtude de religião. Tais práticas são ainda mais condenáveis quando acompanhadas da vontade de fazer mal a outrem, recorram ou não à intervenção dos demónios. O uso de amuletos também é repreensível. O espiritismo implica muitas vezes práticas divinatórias ou mágicas; por isso a Igreja adverte os fiéis para que se acautelem. O recurso às medicinas ditas tradicionais não legitima, nem a invocação dos poderes malignos, nem a exploração da credulidade alheia” (Cat 2117).

Quando se fala de predestinação não se retira ao homem a sua liberdade, porquanto a sua vida não é conduzida fatalisticamente. Só Deus conhece o seu futuro, mas respeita a sua liberdade e não a ultrapassa. As artes divinatórias constituem-se como atitudes superadoras da própria vontade divina e colidem com ela. O homem feito deus determina quais os acontecimentos que irão marcar o seu futuro, por via da leitura ou interpretação de elementos externos.

Na perspectiva do Cristianismo só há um Deus e os cristãos devem guardar-se dos falsos profetas que vêm disfarçados de ovelhas, mas que por dentro são lobos ferozes (Mt 7, 15-16). E caso alguém ensine uma doutrina e não concorde na íntegra com as palavras de Jesus, é porque é cego, nada entende, um doente em busca de controvérsias e discussões de palavras (2 Tim 6, 3-4), sendo necessário calá-lo, pois perverte famílias inteiras, e com o objectivo de lucro ilícito, ensina o que não deve ensinar (Tito, 1, 10-11).


Existem milhares de seitas espalhadas pelo mundo inteiro. Reproduzem-se como coelhos, prometendo o paraíso na terra, a cura de todas as doenças, a imortalidade, tudo o que um ser limitado quer ouvir para poder sobreviver num mundo hostil onde parece inexistir luz ao fundo do túnel.

Em 1984, o Parlamento Europeu emitiu um documento alertando os Estados para o facto de alguns dos novos movimentos religiosos poderem ofender os direitos civis e os direitos consagrados do homem.
Dois anos depois, o Vaticano emitiu um documento abordando o fenómeno das seitas, alvitrando como causas principais da sua rápida proliferação o facto de a vida estar recheada de dificuldades e angústias, aos problemas familiares e profissionais, doenças e sofrimento. 

Existem seitas para todos os gostos. Algumas assassinam, outras conduzem os fiéis ao suicídio colectivo – v.g., Jim Jones do Templo do Povo e os 900 mortos na Guiana –, outras enriquecem-se a si ou aos seus dirigentes, que se aproveitam directamente dessa riqueza obtida à custa da ignorância e credulidade dum povo simples e ansioso por melhores dias, enquanto outras são de todo imorais ou criminosas – nomeadamente com práticas ignóbeis de abuso sexual de menores, tráfico de pessoas, de armas e de drogas, exploração económica dos fiéis, proselitismo, branqueamento de capitais, evasão fiscal, prostituição, instigação ao suicídio, chantagem.

Evidente é, que nem todas as seitas são malévolas, avaliação que terá de ser feita com a imparcialidade e diligência devidas à liberdade religiosa de todos os seres humanos.

Em Portugal, destacam-se os Adventistas do Sétimo Dia, a Igreja Maná, a Igreja Universal do Reino de Deus, as Testemunhas de Jeová e o movimento conhecido como Nova Era, que intenta ser o expoente máximo da espiritualidade neste século.   



JOSÉ MARIA ALVES

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ARTES DIVINATÓRIAS



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No nosso livrinho, Artes Divinatórias, Prática e Crítica, editado em
escrevemos:

As artes divinatórias nasceram com o homem, com os seus medos e anseios.
Para as civilizações antigas, com especial referência à dos Assírios e Caldeus, todo o universo se consubstanciava num organismo harmónico, coerente e equilibrado, no qual se faziam sentir os actos das suas partes, que podiam influenciar de modo positivo – para o bem – ou negativo – para o mal – a vida dos seres humanos.
Estes “ecos” ou repercussões eram interpretados em augúrios por sacerdotes especializados, que se dedicavam nomeadamente à observação dos planetas, relacionando-a com os nascimentos, à análise dos sonhos, à aparência de um fígado de carneiro. 

Já vi definida a adivinhação como o “acto pelo qual, sem o auxílio de Deus, se pretende conhecer ou anunciar, com certeza, o que só Deus pode saber: os futuros contingentes e os segredos da consciência”.
Estaremos assim, perante escandalosa desordem ética. A adivinhação ao recorrer de modo explícito ou implícito a Satanás, atribui-lhe indevidamente os poderes que são exclusivos de Deus – no catolicismo, muito em especial de Jesus. Por ela, confiamos no inimigo declarado do Deus único.

Para alguns é uma espécie, ainda que subtil, de superstição.
É indubitável que o homem padece ancestralmente de um grande número de superstições, que se alinham ainda que de forma mediata com augúrios e previsões de acontecimentos futuros. Não caberiam nestas páginas, tão elevado é o seu número. Relembremos algumas: não devemos despedir-nos de um amigo ou de alguém de quem muito gostamos numa ponte, sob pena de não o voltarmos a ver; não devemos colocar sapatos novos em cima de uma mesa; encontrar no campo um trevo de quatro folhas representa sorte; não apanhar flores deixadas na rua, pois irão causar doenças na família de quem as colheu; passar por baixo de uma escada dá azar; matar um gato equivale a sete anos de azar; a pata de coelho é um amuleto protector; uma ferradura de um cavalo pendurada atrás de uma porta dá sorte; o domingo é o dia ideal para iniciar uma viagem; um marinheiro não se faz ao mar numa sexta-feira, umas horas mais cedo é quinta-feira e algumas mais tarde sábado; se uma mulher der pantufas ao homem que ama nunca se casará com ele; é indesejável ter treze pessoas sentadas à mesa. 

Há uma curiosidade generalizada quanto ao que o futuro nos reserva. Temos assistido nas últimas décadas ao renascimento das artes divinatórias.
O número de pessoas que recorrem aos serviços de adivinhos e videntes tem vindo a aumentar. Querem obter respostas para o seu destino e para a resolução dos seus problemas. Esta atitude leva-as, por vezes, ao extremo de nada realizarem sem consultarem o “profissional”, que bastas vezes mais não é do que um charlatão. 

Astrólogos, videntes, tarólogos, aparecem-nos com elevado destaque nas televisões, onde ocupam espaços em programas de grande audiência, nas revistas e nos jornais. Como se tal não bastasse, o recurso aos curandeiros “africanos”, às “bruxas”, e a outros profissionais do porvir e da cura sem esforço, não cessa de aumentar: são os “mestres”, os “professores”, os “astrólogos mestres”, os “astrólogos africanos”, os “videntes curandeiros”.
Estranha época de desenvolvimento tecnológico e de subdesenvolvimento espiritual. Tempo de ignorância e de facilitismo.
(…)

No dito livro, tratámos da Geomancia, Adivinhação birmanesa, Runas, Tarot e I-Ching, não tendo incluído a astrologia ocidental por dois motivos fundamentais: enquanto astrónomo temos um marcante divórcio com tal arte e a elaboração de uma carta astral ultrapassa os nossos conhecimentos. 
Por outro lado, lançámos um desafio: que os leitores experimentassem cada um dos métodos divinatórios expostos, sobre as mesmas questões ou problemas pessoais que pretendessem ver esclarecidos, comparando os resultados.
Que desilusão…


A Astrologia, por seu turno, é uma arte divinatória que floresceu durante cerca de 5000 anos. 
Até ao ano de 447, não teve qualquer embaraço por parte das autoridades e instituições. No entanto, nesta data e no Concílio de Toledo, os cristãos foram proibidos de a estudar e praticar.
Mas com os árabes na Europa, depressa se esqueceram as recomendações da Igreja de Roma. Só no século XVII voltou a ser posta em causa e pelo racionalismo científico.

Há muitas espécies de Astrologia, para todas as bolsas e gostos, onde se usam métodos diferentes para interpretar o futuro através dos astros, permanecendo sempre a ideia fundamental de que existe uma relação entre o movimento dos astros e o destino dos indivíduos.
Ressurgiu com redobradas forças a partir da segunda metade do século passado e é hoje uma das “armas” do movimento New Age, apadrinhada pelas revistas cor-de-rosa e pelos programas televisivos de massas, e com uma clientela diversificada, gerando lucros que não conseguimos calcular, já que como muitas outras artes está defendida por uma manifesta evasão fiscal. 

***

Haverá ainda que mencionar a Cartomancia – adivinhação do futuro pelas cartas – e da Quiromancia – pela leitura das palmas das mãos



JOSÉ MARIA ALVES

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O ESPIRITISMO



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É no Brasil que o Espiritismo tem um grande número de adeptos – daí a nossa curta alusão ao mesmo.
Muitos dizem-se católicos, e tanto ouvem missa nas Igrejas como frequentam as sessões espíritas de um qualquer grupo.

Já vimos que A Igreja condena a prática do espiritismo, em especial a do denominado baixo espiritismo – “O espiritismo implica muitas vezes práticas divinatórias ou mágicas; por isso a Igreja adverte os fiéis para que se acautelem. O recurso às medicinas ditas tradicionais não legitima, nem a invocação dos poderes malignos, nem a exploração da credulidade alheia” (Cat 2117). 
“Não vos volteis para os espíritos dos mortos nem consulteis os adivinhos; não vos contamineis com isso. Eu sou o senhor vosso Deus (Lev. 19, 31).

O Espiritismo é um conjunto de princípios, que foram revelados pelo Espírito Superior e constam dos escritos de Allan Kardec (1804 - 1869). Para esta religião, ou seita, se assim se quiser, Jesus não é Deus, mas um seu enviado e a Bíblia não é um livro inspirado; se o fosse não poderia ser posta em causa a divindade de Jesus, com a mesma natureza do Pai, em comunhão com o Espírito Santo.

Diga-se desde já, que cristianismo e espiritismo não são coligáveis. 
No túmulo de Alan Kardec pode ler-se: “nascer, morrer, renascer e progredir sempre, é a lei”.

O Espiritismo é adepto da reencarnação e não da ressurreição. A Igreja Católica ensina (Heb 9, 27) que apenas morremos uma vez, e que no fim dos tempos iremos ressuscitar à imagem do que aconteceu com Cristo.
“A morte é o fim da peregrinação terrena do homem, do tempo da graça e da misericórdia que Deus lhe oferece para realizar a sua vida terrena segundo o plano divino e para decidir o seu destino último. Quando acabar «a nossa vida sobre a Terra, que é só uma» (Lumen Gentium 48), não voltaremos a outras vidas terrestres. «Os homens morrem uma só vez». Não existe reencarnação depois da morte” (Cat 1013).
Na morte, Deus chama o homem a Si (Cat 1011). A alma separa-se do corpo – só voltando a unir-se ao mesmo na restituição da vida incorruptível que ocorrerá com a Ressurreição – e sobe aos Céus para junto do seu Amado, ou morrendo em pecado mortal, que é o mesmo que morrer separado d’Ele para todo o sempre, desce de imediato ao Inferno onde sofre as penas deste, sendo a mais importante a eterna separação de Deus (Cat 1033-1037), saindo em qualquer dos casos desta Terra, não ficando por aí a vaguear como vagabundo ou sem-abrigo.  

***

Há ainda a considerar a existência de um espiritismo com os seus princípios adulterados e que se assemelha à magia negra. 



JOSÉ MARIA ALVES

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EXORCISMO – O DIABO E O INFERNO



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O Diabo existe? Esta a pergunta que tem embaraçado tantos teólogos e sacerdotes. É um ser pessoal ou um mero símbolo do Mal?
Se extrairmos Lúcifer da Sagrada Escritura, muito provavelmente o Cristianismo acabará por ficar atalhado e até desacreditado, no sentido da lógica que lhe preside.
Como ensinou Santo Agostinho, “sem Diabo não há Cristo”.

Segundo a doutrina da Igreja Católica, “Deus é infinitamente bom e todas as suas obras são boas” (Cat 385). Mas o pecado está sempre presente na história do homem, sendo o pecado original o reverso da Boa-Nova (Gen 3).
Por detrás da opção de desobediência dos nossos primeiros pais, há uma voz sedutora, oposta a Deus, a qual por inveja, os faz cair na morte. A Escritura e a Tradição da Igreja vêem neste ser um anjo decaído, chamado Satanás ou Diabo, tendo sido inicialmente um anjo bom criado por Deus (Cat 391). A Sagrada Escritura fala-nos de um pecado destes anjos (2 Pe 2, 4, e Mt 4, 1-11), cujo poder é inferior ao de Deus, e a Igreja com alguma dificuldade argumentativa, diz-nos que “a permissão divina da actividade diabólica é um grande mistério” (Cat 395), mas sabe “que Deus concorre em tudo para o bem daqueles que O amam” (Rm 8, 28).
A última petição da oração de Jesus (Mas livrai-nos do mal), não se dirige a uma entidade abstracta, mas a uma pessoa ou ser, ao Diabo, Satanás ou Maligno (Cat 2850 e segs). 

Os anjos são uma verdade de fé, criaturas espirituais superiores ao homem e inferiores a Deus, criados para o louvarem e cumprirem as suas ordens, com uma enorme capacidade de inteligência e de amor.
Na categoria dos Anjos, alguns mantiveram-se fiéis e ao serviço do Criador, enquanto outros chefiados por Lúcifer ou Satanás, revoltaram-se contra Deus e foram expulsos e condenados ao Inferno, procurando que os homens se revoltem contra aquele. Ao Demónio chamam-lhe “adversário do homem” (1 Pedro 5, 8), “Tentador” (Mt 4, 3 e 26, 36-44), “homicida” (Jo 8, 44) e até “Príncipe deste Mundo” (Jo 12, 31). A influência dos demónios sobre o homem realiza-se por intermédio do assédio, da obsessão e da possessão

Quando muitos teólogos procuravam fazer findar a discussão em torno do Diabo e do decaimento dos anjos, o Concílio Vaticano II refere-o inúmeras vezes, como um ser com plena existência. Paulo VI, no ano de 1972, ao fazer uma avaliação do Concílio, um tanto negativa, declarou que o fumo de Satanás entrou por alguma fresta do Templo. Alguns daqueles teólogos, de intenção reformista, sentiram-se muito desconfortáveis com esta afirmação.
Mesmo assim, o papa retomou a questão nesse mesmo ano, nomeando à colação toda a doutrina das Escrituras e da Tradição, apelidando-a de “mistério da iniquidade” (2 Tes 2, 7), insistindo durante todo o seu pontificado na sua existência. Denominava-o “senhor deste mundo”, “tentador por excelência”, “pervertido e perversor”.
Rude golpe na tendência teológica que tudo fazia para que Lúcifer e a sua infame legião de anjos fosse olvidado.

Talvez o Diabo sejamos nós e o próprio mundo. Mas nesta perspectiva, negando o Diabo ficamos na incómoda posição de sermos absolutamente responsáveis por todos os nossos pecados. E com a sua negação teremos também de negar definitivamente os anjos bons, o Inferno, a redenção e o próprio Cristo. Daí a afirmação de Santo Agostinho: “sem Diabo não há Cristo”.

De qualquer modo, o Diabo anda por aí, nas seitas satânicas, nos rituais de feiticeiras e magos, nos exorcismos individuais ou colectivos de seitas de inspiração cristã.
O satanista mais conhecido no nosso tempo é La Vey, autor de uma Bíblia Satânica, e que tem uma multidão de seguidores no mundo inteiro.

Quanto ao Inferno, ensina a Igreja que morrer em pecado mortal sem arrependimento é o mesmo que morrer separado d’Ele para todo o sempre. As almas que morrem em pecado mortal descem de imediato ao Inferno onde sofrem as penas deste, sendo a mais importante a eterna separação de Deus (Cat 1033-1037). Para além da separação de Deus ou privação da sua ausência, a dogmática refere as penas de sentido, em que as almas padecem a privação de todo o repouso, amor, beatitude, mesmo da alegria e esperança, e sofrem de todos os males e dores, ou seja, um lugar de tormentos eternos.

Tenho evitado fazer comentários à doutrina de uma Igreja que não é a minha – como já escrevi, não estou vinculado a qualquer fé estabelecida –, mas no que toca ao Limbo, considero que os ensinamentos provenientes da Tradição deveriam ser reformulados. O Limbo é o lugar onde estão as almas das crianças que morreram sem que tivessem sido regeneradas pelo Baptismo, estando privadas para todo o sempre da visão de Deus e da eterna felicidade do Céulugar de eterna felicidade onde Deus recompensa os justos –, mas não sofrendo a pena de sentido. Pobres crianças. Julgo que se Jesus voltasse, iria repreender-vos - nesta e em muitas outras questões…   


DOS EXORCISMOS

Para o estudo desta matéria veja-se:
(CURA ESPIRITUAL – DOS EXORCISMOS – DOUTRINA E PRÁTICA)


Os primeiros cristãos eram useiros e vezeiros na prática do exorcismo.
No século IV, no Concílio de Laodiceia, ficou estabelecido que os fiéis que não tivessem sido ordenados pelo bispo não poderiam exorcizar, nem nas igrejas nem em casas particulares.
Em 1614 é produzido pela Igreja de Roma um Ritual dos Exorcismos, cuja vigência atingiu quase 400 anos.
Em Janeiro de 1999 surge um novo Ritual Romano da Celebração dos Exorcismos, a contragosto de muitos teólogos.
Como se depreende do estudo do Ritual da Celebração do Exorcismo, datado de 1999, serão muito poucos os casos que possam eventualmente cair no âmbito da possessão demoníaca. Mas perante a declaração de sua existência – pela Igreja, cumpridas que estejam todas as formalidades de avaliação -, nem que seja um em mil, é de todo preferível que seja celebrado segundo um ritual exigente e não como um espectáculo público degradante, que nos é oferecido por inúmeras seitas.
Cabe nesta sede a mesma advertência, para os sacerdotes que os realizam na clandestinidade – sem a autorização do Bispo, conforme dispõe o Código de Direito Canónico –, e mais grave, a sua celebração por feiticeiros, curandeiras e magos – saberá Deus como…- na pessoa de não-cristãos e de fiéis da Igreja Católica – sendo estes também responsáveis na colaboração de uma ilicitude grave cometida contra a fé que professam e cuja ignorância não podem alegar.



JOSÉ MARIA ALVES

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MAGIA BRANCA E MAGIA NEGRA - MAU-OLHADO, MAL DE INVEJA, AMARRAÇÕES, E OUTROS FEITIÇOS REALIZADOS À DISTÂNCIA



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“Não vos deixeis enganar por toda a espécie de doutrinas estranhas” (Heb 13, 9).


Já anotámos, em consonância com os ensinamentos da Igreja Católica, “que todas as práticas de magia ou de feitiçaria, pelas quais se pretende dominar os poderes ocultos para os pôr ao seu serviço e obter um poder sobrenatural sobre o próximo – ainda que seja para lhe obter a saúde – são gravemente contrárias à virtude de religião. Tais práticas são ainda mais condenáveis quando acompanhadas da vontade de fazer mal a outrem, recorram ou não à intervenção dos demónios” (Cat 2117).

Há uma medicina religiosa tradicional, que pode apresentar duas faces: ou é exercida para o bem ou para o mal. Muitas vezes a feiticeira não se limita a curar as doenças que não são do médico, como também as do médico, e ainda as causadas por magia negra. Para a cura, congrega elementos de uma religião tradicional sincrética com elementos da religião católica. Noutras – ou sendo outra a feiticeira -, procura causar dano na integridade física de um qualquer visado, matar, tolher, lançar maldições, servir-se dos espíritos para o mal, amarrar.

A magia é uma arte complexa, onde o bem coabita com o mal, com rituais de todos os tipos – presenciais ou à distância -, onde preparados – triturados ou diluídos – de substâncias desconhecidas ou mantidas no secretismo, são usados para serem vertidos na bebida ou comida – esse será como veremos infra o nosso problema maior –, ou para com eles fazer defumadouros e amuletos de natureza egocêntrica – tenhamos em atenção, que as imagens (amuletos) utilizadas pela religião devem sê-lo de modo teocêntrico, ou seja, sem outra finalidade que não seja o amor por Deus. 

A feiticeira tanto cura como mata, enfeitiça e desenfeitiça, arrenega e desarrenega, amarra e desamarra, adivinha o futuro e altera-o, evoca os espíritos do bem e os do mal, exorciza, reza e blasfema, prepara xaropes, infusões, poções para vários fins, purgantes, vomitórios, vai fazer as suas orações e rituais aos templos cristãos. Trata à distância ou presencialmente. Se à distância serve-se de fotografias, roupa interior, um papel escrito ou qualquer outro objecto que tenha contacto íntimo com o visado. Cura o mau-olhado que é consequência da inveja e gerador de muitos males, como o quebranto, a doença e a morte – aqui a feiticeira é tida por desolheira -, como assim o mal dos mortos – almas penadas, diabos - e o dos vivos.

Como já dissemos, ao contrário do que se julga, são muitos mais os que procuram a “bruxa” para fazer mal aos outros, do que podemos pensar.
Se as questionarmos sobre a sua actividade, nenhuma confessará práticas que não envolvam o bem do próximo. Mas no rigor dos princípios, salvo raras excepções, o mal anda de mão dada com o bem.

Nesta sede, não deixa de ser interessante anotar, que praticamente todas as bentas e bentos que conheci, são unânimes ao aconselhar que não devemos beber ou comer fora de casa, muito especialmente em locais onde possa haver gente que nos odeie, inveje ou queira mal… Que cada um tire as suas ilações.



JOSÉ MARIA ALVES

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MAU-OLHADO, MAL DE INVEJA, AMARRAÇÕES, E OUTROS FEITIÇOS REALIZADOS À DISTÂNCIA – A SUA CURA



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Jesus passou por esta vida fazendo o Bem e curando todos os que haviam caído nas malhas do Mal, porque Deus estava com Ele (Act 18, 2), e terá dito: “Já vos não falarei muito, pois vem o príncipe do mundo; contra mim, ele nada pode (Jo 14, 30)

***


É crença do povo, que as feiticeiras têm o poder de causar a doença e a morte, por transferência de um feitiço específico para um objecto ou para uma pessoa, de que são passíveis de mau-olhado, mal de inveja, amarrações e outros feitiços lançados à distância.

Parece-me estar a olhar para vós enquanto estais a ler este texto, vendo no vosso rosto a expectativa de conhecimento de uma cura tão espectacular quanto o feitiço que julgais que vos tenha sido lançado.

Mas onde não há enfermidade, não há necessidade de cura.

Vós sois a própria enfermidade. As vossas superstições, medos e crenças sugestionam-vos e fazem-vos padecer do que não padeceis. A cura está em vós mesmos.
Pobres criaturas. Não há nada – para além do envenenamento - que vos possa atingir. Ninguém tem o poder de vos fazer mal pelo espírito. É o vosso próprio espírito que vos condena e faz penar.

Deixem que vos dê um ou dois exemplos compreensíveis por crianças – asseguro-vos.
Se o mau-olhado ou o mal de inveja nos atingisse, então, todos nós estaríamos seriamente doentes ou mortos. O mundo seria um hospital gigantesco sem médicos nem enfermeiros, com um necrotério sobrelotado.
Se os rituais de doença ou morte tivessem eficácia, teriam sido necessários tantos milhões de dólares e homens no terreno para que os EUA capturassem e assassinassem Bin Laden? E logo a Presidência dos EUA, capaz de juntar à mesma hora e no mesmo pavilhão 100.000 “bruxos”, para com uma força digna desse nome executar o “trabalho”.
E Bush onde estaria neste momento? 
E tantos outros indesejáveis, como terroristas procurados por actos hediondos?
E os inimigos dos poderosos, com uma capacidade financeira idónea à contratação de quantos feiticeiros lhes aprouver? 

Para além destes exemplos elucidativos, vós que sois cristãos, tendes fraca fé. Como podeis renegar o poder, amor e protecção do vosso Deus? 
Se vos acreditásseis em Cristo, no seu Amor e misericórdia, não hesitaríeis em desafiar todos os magos do mal, provando ao mundo, que sem envenenamento, não pode haver dano e que o poder das trevas nada pode contra vós por via da Sua protecção.
Então, cristãos, que temeis?
- Não temais!

O mal retorna sempre ao doador como a flecha ao atirador. 

***


Santa Teresa de Ávila no seu livro Castelo Interior
(O MISTICISMO CRISTÃO - SANTA TERESA DE ÁVILA – O CASTELO INTERIOR -)
faz uma advertência às irmãs, que prosseguem o caminho da união com Deus, de dois perigos:
- em primeiro lugar, “algumas, de muita penitência, oração e vigílias e ainda sem isto, são fracas de compleição; em tendo algum consolo, sujeita-as o natural; e, como sentem algum contento interior e quebrantamento exterior e uma fraqueza, quando há um sono a que chamam espiritual, que é um pouco mais do que fica dito, parece-lhes que é igual ao outro e deixam-se embevecer. E, quanto mais a isso se entregam, mais se embevecem, porque se enfraquece mais a natureza e, a seu juízo, lhes parece arroubamento; e chamo-lhe eu pasmaceira, pois não é outra coisa senão estar ali perdendo tempo e gastando a saúde”;
- por outro lado, existem outras, “tão fracas de cabeça e férteis de imaginação, que lhes parece ver tudo quanto pensam”.

Ora, estas advertências, podem ser aplicadas por analogia aos que se acreditam no mau-olhado, mal de inveja, amarrações, e outros feitiços “lançados” à distância. A primeira advertência também tem aplicação no que toca a algumas curandeiras que vão enfraquecendo progressivamente, enquanto se convencem da existência de poderes sobrenaturais, que mais não são do que sinais e sintomas patológicos.
Alguns, de fraca compleição, vivendo obsessivamente no convencimento de que estão a ser acossados por feitiços, quanto mais a isso se entregam mais enfraquecem física e psiquicamente, entregando-se à falsa crença.
Outros, “são tão fracos de cabeça e férteis de imaginação”, que tudo o que temem lhes acontece.

Temos também por certo, de que o recurso às artes divinatórias, 
"Artes Divinatórias, Prática e Crítica"
pode causar transtornos de indução e dependência tóxica, em indivíduos mais sensíveis, ignorantes e sugestionáveis.  



JOSÉ MARIA ALVES

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ENVENENAMENTO POR FEITIÇARIA - POÇÕES E PÓS DEITADOS NA COMIDA E BEBIDA



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Nos artigos que antecederam este, fomos dissertando sobre a actuação material de magos e “bruxas”, no envenenamento de criaturas por substâncias tóxicas desconhecidas, dissolvidas nos alimentos e bebidas.

Como já escrevemos, a magia é uma arte complexa, onde o bem coabita com o mal, com rituais de todos os tipos – presenciais ou à distância -, onde preparados – triturados ou diluídos – de substâncias desconhecidas ou mantidas no secretismo são usados para serem vertidos na bebida ou comida, sendo esse o nosso grande problema.
Se as questionarmos sobre a sua actividade, nenhuma confessará práticas que não envolvam o bem do próximo. Mas no rigor dos princípios, salvo raras excepções, o mal anda de mão dada com o bem.

Voltamos a advertir, pela sua pertinácia, que praticamente todas as “bentas” e “bentos” – expressão muito utilizada na Beira Alta – que conhecemos, são unânimes ao aconselhar que não devemos beber ou comer fora de casa, muito especialmente em locais onde possa haver gente que nos odeie, inveje ou queira mal…, prevenindo assim os envenenamentos.
Envenenamento que pode ser provocado por negligência – caso de um curandeiro que aplica uma poção de que desconhece os efeitos ou que foi simplesmente mal preparada – ou dolo.

O feitiço é um veneno e o feiticeiro um envenenador. A verificação dos sinais e sintomas de envenenamento por feitiço, não é tarefa fácil, mesmo para os feiticeiros mais experientes. A intuição estruturada em cuidada observação e balizada pelos meios complementares de diagnóstico, bem como pela inoperância da medicina alopática em firmar um diagnóstico concreto, pode constituir-se como um guia mais ou menos seguro. 

Há nos muitos ingredientes utilizados um secretismo compreensível e só a muito custo e depois de alguma confiança mútua se consegue apurar algo palpável. Variam em consonância com a região e com o país, sendo alguns conhecidos desde a antiguidade e por praticamente todos os povos, usados em poções mágicas – amarrações, afrodisíacas, causadoras de males e morte, entre outras – e panaceias para todas ou quase todas as enfermidades:

- unhas;
- cabelos;
- pelos de animais;
- penas;
- cinzas;
- dentes – triturados ou não;
- saliva;
- sangue menstrual;
- lagartixas e sapos;
- terra do cemitério;
- ossos;
- e muitos outros…



 JOSÉ MARIA ALVES

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CURA DO ENVENENAMENTO POR FEITIÇARIA – DAS POÇÕES E PÓS DEITADOS NA COMIDA E BEBIDA



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Os feitiços que são dados de modo dissimulado às vítimas, na comida ou na bebida, preparados de várias substâncias tóxicas, são aniquilados por um antídoto, do tipo “purgante mágico”, ministrado por um outro “bruxo”, que provoca vómitos e diarreias, que supostamente deveria expulsar as toxinas ingeridas.
Mas como nenhum “bruxo” usa a magia com fins imorais ou delituosos (dizem-nos eles…), temos uma enorme dificuldade em conhecer tais ingredientes maléficos.

Neste particular, entramos nos domínios da toxicologia, no estudo dos tóxicos, substâncias químicas e naturais isoladas ou misturadas entre si, que têm a propriedade de causar enfermidades e até a própria morte em seres vivos. Falamos de “venenos”. De actos subsumíveis a tipos legais de crimes puníveis pelo Código Penal.
No entanto, na “bruxaria” desconhecemos as poções ou misturas realizadas, tornando-se desse modo impossível conhecer os mecanismos de acção e consequências a curto, médio e longo prazo dos venenos ministrados dissimuladamente nos alimentos ou derramados na pele da vítima. Estamos perante uma arte de envenenamento quase-secreta. 
Existindo cerca de 20 milhões – para mais e não para menos – de substâncias químicas, das quais cerca de 200.000 têm utilização, por onde começar num labirinto de incertezas?

Os envenenamentos com doses sucessivas e que não produzem efeitos agudos no imediato, por não serem suficientemente altas, e cujas substâncias não são detectadas por via das múltiplas limitações científicas da Química e da Toxicologia, fazem com que o agente tóxico causador da enfermidade não seja visto como responsável pela mesma. Fica o paciente possuído por uma intoxicação crónica desconhecida, que em estados subtis não conduz a qualquer diagnóstico, arrastando-se ou agravando no tempo, sinais e sintomas patológicos, que em alguns casos podem conduzir à morte.
Ocorre com frequência em ambiente hospitalar, a incompreensão do quadro clínico do paciente, que muitas vezes progride até à morte, com a sacramental causa: “paragem cardiorrespiratória” – como se exista algum morto sem paragem cardiorrespiratória…
Ou então, vai o mesmo, padecendo de médico em médico, sem obter qualquer resultado para o seu sofrimento, que apenas agrava. 

Repetimos aqui, o que já dissemos no artigo anterior:
“O feitiço é um veneno e o feiticeiro um envenenador. A verificação dos sinais e sintomas de envenenamento por feitiço, não é tarefa fácil, mesmo para os feiticeiros mais experientes. A intuição estruturada em cuidada observação e balizada pelos meios complementares de diagnóstico, bem como pela inoperância da medicina alopática em firmar um diagnóstico concreto, pode constituir-se como um guia mais ou menos seguro.”

Mas mesmo suspeitando que o enfermo esteja “envenenado” por feitiçaria, de nada nos valerá – salvo raras e honrosas excepções – alertar o médico assistente, que em ambiente hospitalar tem inúmeras possibilidades para proceder à sua desintoxicação ou o médico de família, não obstante Paracelso tenha postulado que a diferença entre o que cura e o que mata está na dose

***

Explanamos de seguida protocolos de tratamento, que nunca devem ser administrados sem o consentimento do médico assistente, em ambiente hospitalar ou em ambulatório.


- CONHECENDO-SE A SUBSTÂNCIA TÓXICA


Caso que será raro. 
Aqui bastar-nos-á em princípio administrar o isopático segundo as regras expostas em:

A Cura pela Isopatia 


- NÃO SE CONHECENDO A SUBSTÂNCIA TÓXICA


- FLORAIS DE BACH

CRAB APPLE
(Malus Pumila)
Para estados de desalento ou desespero.
É o remédio da limpeza da mente e do espírito, para os que se sentem de algum modo impuros. 
Se o paciente tiver motivos para crer que está intoxicado ou envenenado com alguma substância, deve dar-se-lhe este remédio.

O remédio é preparado e ministrado segundo as instruções constantes de:

A Cura pelos Florais de Bach
ou


- AUTO-ISOPATIA ENERGÉTICA – UM MÉTODO DE AUTOCURA

Utilizar o método expedito

Ver em:


- CHLORELLA 

Poderoso desintoxicante de todo o organismo – tem o poder de se unir às toxinas, promovendo a sua expulsão do organismo. 
É considerado por alguns naturopatas como o medicamento natural mais eficaz para a drenagem e eliminação de toxinas.
O medicamento pode ser adquirido em parafarmácia ou ervanária. Em cápsulas ou pó, devem seguir-se as instruções do laboratório ou do farmacêutico.



- LIMÃO

Alcaliniza os líquidos corporais harmonizando o metabolismo. 
Poder desintoxicante em cinco sistemas excretores – fígado, intestinos, pele, pulmões e rins.

Caso não exista qualquer contra-indicação, uma limonada por dia – meio limão num copo de água tépida de manhã. 


***


- HOMEOPATIA

Na Homeopatia é fundamental, com o concurso do Homeopata, encontrar o simillimum do paciente.

Veja-se quanto a este:
e
CURSO BÁSICO DE HOMEOPATIA


Se o simillimum não resolver, por existirem barreiras terapêuticas, será necessário recorrer à drenagem do organismo.
A drenagem ou desintoxicação do organismo “envenenado” é de todo essencial, para que o mesmo possa recuperar a saúde ou parte dela. Pela drenagem homeopática dá-se a eliminação de produtos tóxicos através da estimulação do próprio organismo.
Tratando-se de produtos exógenos desconhecidos, na impossibilidade de utilizar a Isopatia, os casos clínicos terão de ser analisados individualmente. 


Alguns medicamentos de drenagem:


ARTICULAÇÕES - Benzoicum acidum, Colchicum e Urtica urens;

FÍGADO E VESÍCULA - Berberis vulgaris, Carduus marianus, Chelidonium, Boldo, Nux vomica, Ptelea, Solidago e Taraxum (Taraxum é um medicamento muito utilizado na desintoxicação – remove as toxinas de todas as células do corpo e auxilia o fígado e a vesícula nas suas funções).

INTESTINOS - Chelidonium, Iris tenax (muito utilizado em desintoxicação), Ginseng, Podophylum, Sarsaparilla, Solidago, Scrofularia.

PELE - Berberis vulgaris, Fumaria, Lappa major, Saponaria.

SISTEMA LINFÁTICO - Galium aparine, Hepar sulphur, Lobelia.

TRATO URINÁRIO – Benzoicum acidum, Berberis vulgaris.

VEIAS – Aesculus, Bellis perenis, Hamamelis.

VIAS RESPIRATÓRIAS – Lobelia.



JOSÉ MARIA ALVES

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